Os carros mais legais com o motor VR6 da Volkswagen

Após 33 anos de serviços, o motor VR6 da Volkswagen foiôtativo. Era um seis cilindros em V com ângulo pequeno, com as bancadas de cilindros unidas e que precisava de apenas um cabeçote.

Isso tornava-o mais compacto do que os motores em V tradicionais e os motores em linha. E essa característica única também dava um tom distintivo de ronco ao motor VR6.

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A Volkswagen ainda o oferecia duas versões: o 3.6 aspirado, utilizado no SUV grande Atlas vendido nos EUA, e o 2.5 turbo exclusivo para o mercado chinês.

Esse não era mais um motor de versões esportivas ou algo do gênero. Nos EUA era a opção de seis cilindros aspirado e confiável, algo comum nos SUVs de lá, enquanto na China era uma alternativa mais forte ao 2.0 turbo e que não entrasse na faixa maior de impostos para motores acima de 2,5 litros.

Desde o seu lançamento, em 1991, no Passat, a Volkswagen alcançou quase 1,87 milhão de unidades do VR6. Nesse período, ele foi utilizado em todos os modelos produzidos pelo grupo VW, com potências que iam de 140 cv até atingir 300 cv.

Para comemorar esse motor tão icônico, listamos os carros mais legais que utilizaram o VR6 durante esses 33 anos.

1. Volkswagen Corrado

O Corrado foi lançado em 1988 para ser o substituto do Scirocco, o bonito cupê baseado no primeiro Golf, projetado por Giorgetto Giugiaro. O novo esportivo da Volkswagen foi construído sobre a plataforma do Golf da segunda geração e contava com linhas mais musculosas que as de seu antecessor.

Na motorização, não era muito diferente do Scirocco, usando os motores da família EA827 (a mesma do nosso AP) e tendo no topo da gama o 1.8 16v equipado com compressor mecânico, de 160 cv. Na linha de 1992, chegou o VR6, que consolidou o Corrado como um esportivo acessível de respeito.

O motor VR6 fez sua estreia no Passat como uma opção mais potente de um sedan executivo, demonstrando bom desempenho, mas sem pretender ser esportivo. Foi no coupé que a Volkswagen mostrou que esse motor também servia bem aos entusiastas.

O Corrado VR6 recebeu componentes de suspensão do recém-lançado Golf da terceira geração e algumas peças exclusivas para lidar com o motor mais forte. As alças foram alargadas, o que resultou em para-lamas mais largos também, e o capô ganhou um desenho mais alto.

A Europa recebeu uma versão mais forte do VR6, o 2.9 de 190 cv. Com isso o Corrado era capaz de acelerar de zero a 100 km/h em 6,9 segundos e atingia velocidade máxima de 233 km/h. Nos EUA ele usava o 2.8 de 180 cv do .

O Corrado foi um dos primeiros carros a ter um spoiler ativo que se eleva quando atinge velocidades superiores a 100 km/h.

A primeira geração do motor VR6 tinha 12 válvulas, 2 por cilindro. Usou corrente para acionar os comandos, fazendo-o uma das poucas VW a utilizar essa solução em vez de correia dentada. O bloco do motor sempre é fabricado em fundição, enquanto o cinho de leva desse motor é sempre forjado, o que explica a robustez dele.

2. Audi TT 3.2 Quattro

O motor VR6 não foi exclusividade da Volkswagen, pois outras marcas do grupo também o usaram. No caso das marcas de luxo, ele foi o motor de entrada nos Porsche Cayenne e Panamera, enquanto na Audi, esse seis cilindros compacto foi o motor de topo no A3 e no TT.

O carro mais legal da marca das quatro argolas a usar o motor VR6 foi o TT 3.2 Quattro de primeira geração. O cupê foi um marco no design quando foi lançado em 1998, porém muitos achavam que o motor de 1.8 turbo-compressor com 20 válvulas não fazia jus a essa carroceria.

Em 2003, foi lançado o VR6 3.2 na gama superior, com 250 cv e 32,6 kgfm. Foi na versão esportiva do TT que houve a estreia mundial do câmbio de dupla embreagem DSG, com seis marchas e capaz de fazer trocas mais rápidas que um piloto profissional em um carro manual.

O modelo TT 3.2 Quattro também possuía tração integral Haldex, suspensão mais firme e farol menos agressivos antes. A aceleração de zero a 100 km/h ficava em 6,3 segundos e a máxima era limitada a 250 km/h.

Na Audi, o motor VR6 era chamado apenas de V6. Com a virada dos anos 2000, esse motor passou a ter quatro válvulas por cilindro, sendo uma exceção uma versão do 2,8 feita apenas para os EUA, que durou até 2002.

O motor 3.2 da geração seguinte também utilizou o 3.2, com as mesmas especificações da primeira. Mas o 2.0 TFSI mais poderoso do TTS e o 2.5 turbo de cinco cilindros superaram o desempenho desse seis cilindros aspirado.

3. Volkswagen Nova Bêetle RSi

A Volkswagen começou a usar o VR6 no Golf GTI da terceira geração, com tração dianteira. Isso continuou na geração seguinte, conforme vamos explicar à frente. Foi na quarta geração também que a marca decidiu fazer uma versão ainda mais intensa, a R32.

Que modelo usava uma variação mais forte do seis cilindros, com 3,2 litros e 241 cv. Para lidar com essa força ele recebeu uma tração integral Haldex similar da Audi TT e suspensão traseira independente.

O Golf R32 da quarta geração já seria suficiente para entrar nessa lista, mas a mecânica dele foi usada em um carro ainda mais interessante. Os alemães da Volkswagen decidiram montar esse conjunto no New Beetle, que até então era apenas um objeto de decoração com estilo retrô e sem pretensão esportiva.

O carro foi chamado de New Beetle RSi e teve produção limitada a 250 unidades. O veículo teve os paralamas alongados e ficou parecido com um carro de corrida, embora tivesse um grande spoiler traseiro.

O motor VR6 de 3.2 litros foi calibrado para 224 cv no New Beetle RSi e o câmbio era apenas manual de seis marchas. Sua suspensão estava calibrada para as pistas de corrida, mais do que o Golf R32, o que justificava os bancos padded e o tecido de carbono no interior.

A cabine desse New Beetle especial trazia alguns conforto de peso como o uso de vidros com trava manual – através de uma bela pega feita em alumínio. Se o motor estivesse na traseira poderia ser chamado de mini Porsche 911 GT3.

4. Volkswagen Golf R32

A quinta geração do Volkswagen Golf foi um veículo muito sofisticado e complexo para sua época. Ele popularizou tecnologias como a injeção direta de combustível e o uso de motores menores. Foi naquela geração também que a suspensão traseira multilink se tornou padrão, inicialmente utilizada apenas nos modelos com tração integral.

O R32 dessa geração foi o último Golf com motor VR6 na história e aproveitou bem o potencial dessa base sofisticada. O motor 3.2 agora entregava 250 cv graças a um coletor de admissão redesenhado, diminuindo o tempo para acelerar de 0 a 100 km/h para 6,2 segundos.

As opções de câmbio continuaram sendo manual ou DSG, sempre com seis marchas. O controle de tração permaneceu sendo integral Haldex. Algumas unidades do R32 chegaram ao Brasil através de importação independente, incluindo uma trazida pelo Boris.

5. Volkswagen Passat R36

Durante a década de 2000, a Volkswagen expandiu a linha R para outros carros da linha. O Touareg teve o R50, com motor V10 turbodiesel, o Scirocco teve a versão R com o conjunto do Volkswagen Golf e, mais recentemente, tiveram T-Roc, Tiguan e Arteon R com versões atuais mais potentes do 2,0 TSI.

O Passat também recebeu tratamento esportivo na geração B6, com o R36 em 2007. Tanto o sedã quanto a kombi converteram-se em esportivos graças ao VR6 3.6 de injeção direta, que produzia 300 cv e 35,7 kgf.m.

Esse motor foi o primeiro VR6 com injeção direta e também foi a versão aspirada mais forte desse motor. O 3.6 trazia algumas diferenças técnicas quando comparado ao 3.2, como o ângulo mais estreito entre as bicamadas. Nessa versão mais forte a taxa de compressão era elevada para 12:1.

O Passat E36 também contava com tração integral Haldex, câmbio DSG, rodas de 18 polegadas, suspensão mais baixa e escape duplo. A decoração era semelhante à do Golf R32 e incluí incialmente um banco Recaro e pedais em alumínio.

O desempenho era melhor que o do Golf R32: o sedan chamado de eu acelerava de zero a 100 km/h em 5,6 segundos, o cross era 0,2 s mais lento. Um verdadeiro foguete para passear com a família.

Essa geração da Passat teve também uma versão cupê de 4 portas, o CC. Esse modelo também podia vir com o conjunto mecânico do R36, mas não trazia decoração diferente. O desempenho era o mesmo do sedã. O Boris tem um CC 3.6 desses em sua garagem e parece muito feliz com o carro.

Bonus: Golf GTI VR6 nacional

O Brasil foi o lugar onde o Golf da quarta geração foi produzido para todo o continente americano. Nos EUA a Volkswagen oferecia o GTI com três opções de motores: 2.0 8 válvulas aspirado, 1.8 20 válvulas turbo ou VR6 2.8 24 válvulas. Aqui, no Brasil, o GTI era vendido apenas com o motor turbo.

Em 2003 a Volkswagen do Brasil decidiu lançar uma edição especial do Golf, a GTI VR6. Foram apenas 99 unidades, todas numeradas e vendidas apenas sob encomenda. Era para quem era muito fã do modelo.

A receita dessa versão foi utilizar componentes da versão de exportação e comercializar no Brasil. O carro tinha uma capô de duas portas, o para-choque dianteiro trazia um spoiler, a alavanca de câmbio era inspirada em uma bolinha de golfe e as rodas eram de 17 polegadas.

O motor VR6 fornecia 200 cv e 27 kgf.m, 20 cv e 3 kgf.m a mais do que o 1,8 turbo do GTI “comum”. No papel a melhoria do desempenho era baixa, a aceleração de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos era somente 0,1 s melhor que a versão de linha e a máxima de 209 km/h ficava aquém dos 227 km/h divulgados para a turbina equipado.

Mas o manual técnico não diz tudo. O comportamento do motor VR6 aspirado era bem diferente do 1.8 turbo. A forma como ele entrega sua força, suave e com linearidade, dava um temperamento diferente do motor sobrealimentado. Além do mais, muitos dos 99 compradores nem queriam saber disso, estavam de olho no preço que esse carro poderia pegar por ser classificado como clássico.

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